História de Balneário Barra do
Sul
Balneário Barra do Sul é um
município brasileiro do estado de Santa Catarina. Localiza-se a uma latitude
26º27'20" sul e a uma longitude 48º36'43" oeste, estando a uma altitude
de 8 metros. Sua população estimada em 2009 era de 7.791 habitantes. Conquistou
sua emancipação política do município de Araquari em 1 de janeiro de 1992. Possui
uma área de 110,62 km².
Na década de 60, Barra do Sul
ainda era um distrito de Araquari. Típica vila de pescadores do litoral
catarinense, não possuía energia elétrica, transporte coletivo, telefone ou
estradas pavimentadas. O desenvolvimento chegou aos poucos, e acelerou-se após
a elevação à categoria de município, hoje oferece uma razoável infraestrutura
aos moradores locais e aos turistas que lotam suas praias no verão.
O turismo é motivado por praias
limpas e pela "lagoa", a parte sul do Canal do Linguado, bastante
convidativo a pescarias, esportes aquáticos e navegação para pequenas embarcações.
O pico de movimento turístico ocorre nas quatro semanas em torno do Ano-novo.
Curiosamente, a festa típica da cidade, a Festa da Tainha, ocorre em pleno
inverno.
História
Apesar da pequena população, é
uma das localidades mais antigas de Santa Catarina e do Brasil, pela
proximidade com São Francisco do Sul. A maior parte da população
"nativa" é descendente de portugueses e indígenas, e herdam de ambos
a intimidade com o mar, a culinária baseada em frutos do mar e a tradição da
Farra do Boi—uma festa semelhante a praticada em algumas cidades da Espanha e
da França, onde um boi é solto pela cidade e corre atrás das pessoas. (Devido a
ocasionais maus-tratos, esta brincadeira é especificamente proibida pela lei
brasileira.)

Os primeiros três habitantes não
indígenas, no século XVII formavam uma patrulha militar que protegia viajantes
(a pé, pela beira da praia) de ataques dos índios e de contrabandistas. Num
ritmo extremamente lento, outros imigrantes foram fixando-se na região da
futura cidade de Balneário Barra do Sul, concentrando suas atividades
econômicas em agricultura de subsistência, pesca e produção de farinha de
mandioca, além de fornecimento de matérias-primas para a indústria.
Por séculos, não havia estradas
saindo de Barra do Sul para as cidades próximas. As opções eram andar pela
beira do mar, ou usar a via aquática do Canal do Linguado. As duas principais
estradas foram construídas apenas na segunda metade do século XX. A primeira
(Salinas) foi aberta incidentalmente, motivada pelo extrativismo do palmito. A
estrada resultante foi retificada e aterrada pelo Exército em 1960 a ponto de
ser utilizável por automóveis. Esta estrada liga Barra do Sul à Barra do
Itapocu.
A segunda estrada, que é hoje
asfaltada, liga Barra do Sul a Araquari e São Francisco do Sul, e foi aberta
pelo dono de uma grande gleba de terras, que pretendia vender suas terras em
pequenos lotes. A existência de uma estrada naturalmente aumentava as chances
de haver interessados nos lotes. Nos anos 1990 esta estrada foi retificada e
asfaltada, mas um grande trecho da "estrada velha", tortuosa e de
terra, ainda existe no traçado original, em paralelo com a via rápida.
Bloqueio do Canal do Linguado
A Baía da Babitonga é delimitada
a oeste pelo continente e a leste pela Ilha de São Francisco. O porto está
dentro desta baía, e ele podia ser atingido tanto pelo lado norte quanto pelo
sul. Em 1935, o canal foi aterrado uns 15 km a montante da Barra Sul, como
solução definitiva para a erosão da ponte ferroviária que ligava o continente à
Ilha. 26° 21′ S 48° 39′ W
Esta obra efetivamente criou duas
baías menores, a Norte (onde está o porto) e a Sul (ao longo da qual está parte
da cidade de Barra do Sul). Ambas têm saída para o mar, porém o fluxo de água
no sentido Norte-Sul foi bloqueado. Isto causa muitos problemas ecológicos,
principalmente na parte sul pois o nível do mar é menor ali, e o fluxo que
mantinha o canal profundo deixou de existir.
O resultado é um grande
assoreamento da Baía Sul, cuja profundidade na maré baixa é praticamente zero
em toda a superfície nos dias de hoje, e o surgimento de muitas ilhas.
Periodicamente a "Boca da Barra" (saída para o mar) fica rasa demais
para qualquer embarcação entrar ou sair, causando prejuízos ecológicos e
econômicos. Atividades como pesca de camarão e extrativismo deixaram de ser
comercialmente viáveis.
Há diversos projetos para reabrir
o aterro que dividiu a Baía da Babitonga. Pode ser uma abertura total, ou
apenas uma pequena falha para permitir que a corrente marítima flua. Isto seria
ecologicamente interessante mas pode haver consequências para a cidade de
Balneário Barra do Sul, já que uma parte razoável da área urbana está assentada
em áreas de assoreamento, e um fluxo intenso Norte-Sul pode inundar ou
encharcar estas terras.
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